domingo, 3 de julho de 2011

De Pâmela para FilipeTavares.

Eu te peço perdão por te amar de repente. Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos, das horas que passei à sombra dos teus gestos, bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos, das noites que vivi acalentando, pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo. Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente. E posso te dizer que o grande afeto que te deixo não traz o exaspero das lágrimas, nem a fascinação das promessas, nem as misteriosas palavras dos véus da alma... É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias. E só te pede que te repouses quietao,muito quieto, e deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade. O olhar estático da aurora. 

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